sexta-feira, 29 de maio de 2015

Nota em Apoio ao prof.º Jean Menezes e em repúdio à reitoria da UNESP


O Professor de História da UNESP de Marília, Jean Paulo Pereira de Menezes, está sofrendo processo administrativo disciplinar por parte da reitoria, por ter lançado uma carta de repúdio à ação da mesma de suspender quase 100 estudantes no ano de 2014. Em sua carta, o professor critica as ações do reitor por tratar as demandas dos estudantes por permanência estudantil com política de repressão policial e institucional.  Não é de se surpreender a maneira como o documento foi recebido pela reitoria: Jean Menezes está intimado, e convocado, a uma audiência de sindicância no dia 28/05/2014, acusado do crime de calunia, podendo ser suspenso e de receber processo jurídico.

Manifestamos nosso apoio ao professor Jean Menezes, que nesse momento está desempregado e sem direito a seguro desemprego. Fica nosso repúdio à ação imatura da reitoria ao tratar os argumentos e criticas do professor como crimes. Não há neutralidade nesses processos de sindicância; o que Jean fez foi se colocar contra uma instituição que se respalda em um regimento advindo da ditadura militar, para tratar como caso de policia as demandas básicas de permanência estudantil para os estudantes com carência socioeconômica.

A própria ação da reitoria mostra que a carta do professor não apresenta calúnia; no mesmo dia da audiência do professor, 31 estudantes na UNESP de Rio Claro estarão respondendo por processo disciplinar, por terem lutado por permanência estudantil. De fato, punir àqueles que lutam não é algo exclusivo para nenhum setor da sociedade. No ambiente universitário é recorrente o assédio moral aos servidores técnico-administrativos e corte de ponto nos momentos de greve. Os processos servem de exemplo para que haja um silenciamento entre as pessoas quanto às demandas do ensino superior publico, gratuito e de qualidade para as camadas mais pobres da população. Colocar-se contra as praticas de repressão é lutar para que as demandas não sejam silenciadas nem ignoradas. 

Ninguém fica para trás!

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